domingo, 29 de novembro de 2009

Luzes de Natal na capital

Ontem fomos dar a tradicional volta para mostrarmos aos nossos filhos as "luzes de Natal": Av. Liberdade, Rossio, Praça da Figueira, Baixa e Chiado. De Natal não há nada: nem sinos, nem anjos, nem presépios, nem estrelas. Há luzes de embrulhos e laçarotes, bolas e fios pendurados em árvores. Pode-se mascarar tudo, até o Natal. Pode-se esconder tudo, até o Menino Jesus. Pode-se acabar com o sentido de todas as coisas, até da vida. Mas a decisão estará sempre, e ainda bem, no nosso coração.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Fé Islâmica...

Fotografia de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Défice de Demos

E lá vai a Europa, com um tal de Herman van Rampouy como Presidente do Conselho Europeu, e uma tal de Catherine Ashton como Alta Representante para a Política Externa. Alguém tem ideia?
Aqui estamos nós, na exprema marítima ocidental, preocupados com as luvas com que os nossos governantes alegremente se governam e, lá por fora, decidem-se coisas. Vejamos a situação pelo lado positivo: talvez um dia destes não precisemos destes nossos pseudo-governantes para nada, nem para a fachada.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Apetite vs. Dever

O que separa os adeptos do "sim" e os adeptos do "não" no casamento dos homossexuais e outras questões "fracturantes" é um fosso: os dos que pensam que a vida se rege pelo apetite (a satisfação dos desejos no mais curto espaço de tempo) e os que pensam que a vida se rege pelo dever: dever perante si próprios, perante a sua vida e a vida dos outros. Os primeiros fazem de si próprios a medida de todas as coisas. Os segundos aprendem a respeitar: a vida, os outros, as tradições. Estarão, pois, sempre em desvantagem nestes debates.
E basta fazer um pequeno exercício empírico para distinguir quem está bem e quem está mal, numa perspectiva meramente social: ponham numa sala miúdos que cresceram nos padrões do primeiro registo e noutra sala miúdos que cresceram educados no segundo registo. No fim, vejam o estado das salas e verifiquem quem conservou e quem destruiu.
É igual para a sociedade.

Moral e sociedade e sociedade sem moral

A propósito do post sobre o sobre o sim ou o não aos casamentos homossexuais, não posso deixar de expressar a minha opinião: a moralidade não me parece ser um assunto irrelevante numa sociedade. Nem a modernidade torna, de forma determinista, alguns caminhos inevitáveis. Podemos escolher, como escolheram Sodoma e Gomorra e acabaram como acabaram. Podemos escolher, como escolheu o Império Romano e acabou como acabou.

Como dizia Veleio Patérculo no início do séc. I a.C., citado recentemente no blog "31da armada": "Quando Roma se libertou do medo de Cartago, e afastada a sua rival, o caminho da virtude foi sendo substituído pelo da corrupção, não gradualmente, mas de forma rápida. A antiga disciplina foi abandonada para dar lugar a uma nova. A cidadania passou da vigília ao sono, das armas aos prazeres, da actividade ao ócio.” O seu destino foi o fim.
Estamos a escolher o nosso, não é por isso um assunto de somenos importância. Pode ser apenas outro sinal do fim do caminho.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Onde estão?

Ondes estão agora os defensores da República e dos seus valores?
Manuel Alegre, onde estás?
Mário Soares, onde estás?
Almeida Santos, onde estás?
Santos Silva, onde estás?
...
Ao menos sabemos onde o Armando Vara não está!

Primeiro Ministro:

Obviamente, demito-me.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A agonia do facebook

Pode parecer mentira, mas depois da deplorável experiência de há uns meses atrás, fui lá parar hoje outra vez! Dez minutos depois, o vómito:
- A confirmação das perdas de tempo, da vacuidade (amigos? que amigos?), de mundos paralelos e ilusórios.
O facebook confirma a mentira e a evasão em que hoje se vive. Um vómito.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Bimby ou a apologia da micro-família

Por fim confrontei-me com a Bimby, aquele famoso robot que, aparentemente, cozinha mais rápido, melhor e mais saudável do que qualquer humano. Provei uma bela marmelada e comprovei que reúne, num só, vários instrumentos (varinha e balança). Mas também verifiquei que estou fora do target. Uma família de 5 ou 6 não se safa com a Bimby, a não ser que esteja disposta a "contar as favas" à mesa, coisa deplorável.
Viva o belo tacho mega-familiar e as famílias estilo "Matrix", que fogem aos padrões estreitos e uniformizadores da contemporaneidade!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Viver como bestas

Da "Ética a Nicómaco" (Aristóteles):

"A massa e os mais grosseiros identificam felicidade com o prazer e por isso procuram uma vida voluptuosa. Os homens vulgares mostram-se pois completamente servis ao preferir uma vida de bestas."

Aristóteles viveu entre 384 a.C. e 322 a.C. Tantos anos se passaram e ninguém aprendeu nada?

A loucura da inveja

A inveja é um vício completamente ridículo. Se as pessoas soubessem quem são não poderiam sentir (e consentir) em pensamentos e actos invejosos. Cada um é único. Cada um tem uma vocação a cumprir, sempre ímpar e única. Toda a comparação distrai do caminho, atropela, desvia, consome energias inúteis. O que cada um tem a fazer é olhar para si, olhar para Deus, olhar para o seu tempo e seguir em frente. O que dói é ver como é perdido o tempo, como são desperdiçados talentos, como vivem na loucura da inveja pessoas com tanto para dar, que ninguém poderá dar por si.

"Os caranguejos portugueses" ou o mal da inveja

"Caranguejos portugueses" é uma expressão idiomática da antiga Índia Portuguesa que resume a seguinte história: estavam vários rapazes a apanhar caranguejos numa praia e um deles não tapava o cesto. Os outros disseram-lhe que, se não tapasse o cesto, os caranguejos sairiam. Mas ele respondeu que não. Os caranguejos não saíam porque eram "caranguejos portugueses". E explicou: "eles tentam, mas quando estão quase a conseguir vão outros por trás e fazem-nos cair". A triste sina de um país a abarrotar de invejosos. Faz mal à alma e... à economia!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Virtudes II

"Ninguém se realiza a não ser pelo dom sincero de si mesmo" (João Paulo II)
Há poucas coisas mais confrangedoras do que ver pessoas a perderem o seu tempo (que é a sua vida!) enredadas em egos superlativos e mentirosos! Só somos na medida em que nos damos. Tudo é dom e, por isso, toda a atitude deve ser de gratidão e de dádiva. O resto é ridícula perda de tempo.

Educar é servir

Educar é sobretudo servir. E as virtudes do serviço são a humildade (o soberbo não está para servir mas para ser servido) e a diligência (os preguiçosos também não estão para servir mas para serem servidos) (diligência procede do latim diligo = amar). Apesar de todas as aparências de virtude, nenhum vaidoso (que seja até muito pressuroso em educar para sua vanglória) e nenhum preguiçoso pode dar boas crias. Infelizmente para o mundo.

sábado, 12 de setembro de 2009

O mercado amordaçado

As viagens dentro de Portugal fazem-nos deparar sempre com o vergonhoso cenário das gasolineiras nas autoestradas: Galp, BP e Repsol alinhadas à milésima - gasóleo 1,089 €. Pergunto-me para que servirá a tal da Autoridade da Concorrência. Uma fantochada.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Carnes

Hoje foi o meu primeiro dia de praia. Fui com o meu filho de cinco anos que, depois de uma breve inspecção ao terreno, declarou: "Mãe, as raparigas estão todas de calcinhas e sutiã, ficam ridículas". Esta democratização dos biquinis (eu própria fiquei espantada com o cenário) dá que pensar. A moda é tirânica, mas os espelhos não desapareceram da face da Terra; nem o auto-conceito; nem o pudor. Nada mais inestético e desconfortável do que carnes a balancearem-se à nossa frente e nós a ter que as ver, por menos que nos apeteça.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

"Profecia" financeira

"O declínio dos valores éticos pode levar ao colapso das leis do mercado". Esta frase data de 1985 e foi escrita pelo Papa Bento XVI, na altura Cardeal Joseph Ratzinger.
Parece que andamos todos distraídos, mas ainda há quem pense.... Graças a Deus.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Disputar a comida dos cães

Verdadeiramente impressionante o testemunho, ontem, de Denise Affonço, uma das sobreviventes do genocídio provocado pelos Khmers Vermelhos no Camboja: do relato da morte da filha de 9 anos, à fome (cuja sepultura ela mesma cavou sem poder verter uma lágrima), à disputa pelos restos de comida dos cães, vêem-se ali todos os ingredientes do fanatismo humano que leva a todo o género de abusos e opressões. Por isso é que a maior virtude do exercício do poder é ele ser limitado. Limitado por todos os lados.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O Portugal pífio

Percebe-se o estigma do Portugal ridículo nos corredores das universidades, entre os melhores alunos. Há quem esconda apontamentos, há quem se negue a emprestar livros, há quem se "esqueça" de partilhar exames dos anos anteriores. Está-se a falar da "nata" da intelectualidade. É absolutamente confrangedor. Bem verdade que "a avareza (também intelectual) é o maior sinal de subdesenvolvimento moral da humanidade".
Ainda bem que são excepções. Infelizmente gritantes.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Proteger Sócrates... é o fim

"PROTEGER SÓCRATES"
Logo que os incêndios tomaram conta dos noticiários, há dois meses, começou a ser discutida no PS a estratégia para minimizar danos e acentuar o trabalho desenvolvido na legislatura. O objectivo número um é resguardar o primeiro-ministro. (ionline.pt)

Isto é o fim. As preocupações dos nossos políticos são estas? No estado em que Portugal se encontra, da crise internacional, da falta de produtividade, do desemprego, do déficit, etc, etc...
As luminárias do PS (se fosse o PSD ou o CDS seria o mesmo) preocupam-se em proteger o PM dos fogos e afins?
Decidi que nunca mais voto num político que não tenha trabalhado 10/15 anos no sector privado e sem qualquer ligação ao poder/sector público. Quero alguém que saiba o que é chegar ao final do mês e não saber como pagar os ordenados, que tenha de se preocupar em pagar o IVA mensalmente, o IRC, a Seg. Social, os pagamentos especiais por conta, pedir um empréstimo para resolver problemas de tesouraria e ter de dar avais pessoais (casas, carros e demais património como garantia). Se as luminárias da nossa política tivessem durante 10/15 anos as preocupações atrás descritas de certeza que Portugal estaria muito melhor. Com o devido respeito, votar em advogados/juristas é mais ou menos a mesma coisa (com honrosas excepções).

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Na dúvida...

... é fazer o teste que diz em que partido nos situamos para as eleições europeias. Preparem-se para as surpresas!!!! Mas não deixem de fazer. Vale a pena.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Falta de respeito

Em Portugal não é hábito cumprir horários, mas a classe médica abusa. Hoje tive a infelicidade de ir a uma consulta (como em todas as primeiras consultas foi para ir buscar "os papéis das análises"). Estas primeiras consultas duram 5 minutos no máximo, mas somos obrigados a esperar 1:20h por sua Exa. o Sr. Doutor que está atrasado.
Logicamente que ao final de 60 minutos de espera, levantei-me e disse às recepcionistas: Devolvam-me o meu cartão do seguro pois não estou para esperar mais.
Ficaram as duas muito admiradas (!!!!), pelos vistos não é normal o Cliente levantar-se e ir embora sem a consulta. Como não é normal, tiveram 20 minutos para tentar anular a factura (nunca aconteceu, e temos de ligar para a linha de apoio da seguradora).
Conclusão: o médico acabou por chegar e se era para ficar à espera do cartão, mais valia ter a consulta. Lá tive a consulta, lá trouxe os papéis, as recepcionistas ficaram descansadas e a pensar que deve ficar tudo na mesma. Mas estão enganadas, decidi que nunca mais espero 60 minutos por nenhuma Exa. Médica.
Isto da falta de respeito tem limites.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Tropa de Elite

As más linguas dissem que é um desembarque "treino" no Seixal....

quinta-feira, 7 de maio de 2009

As virtudes do mercado

O gozo da tese do Orlando Samões (colaborador deste blog - espero vivamente que comece a escrever!) sobre a "dispersão de resultados em Hayek" (na qual teve a extraordinária classificação de 19 valores) está em enaltecer as virtudes naturais do mercado. Completamente contra-corrente, mas com uma incontornável argúcia.
Ali se mostra como o Estado invasor toma conta da vida e da consciência das pessoas que, em sonambulismo, são conduzidas a um estado de escravidão, também moral. O mercado pode ter a sua dureza, mas tem também a sua verdade, que é devolver às pessoas a responsabilidade pelo que fazem.
Viva Hayek.

Não brinquem comigo...

Já viram o cartaz do PP para as europeias, com uma foto do Nuno Melo tirada de baixo para cima (o que, se é possível, lhe aumenta o ar de miúdo irresponsável) a dizer "não andamos a brincar à política"? Se não andam, disfarçam mesmo muito bem...

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Por fim: Santo Condestável

S. Nuno não dá jeito mas é o que é. Pensar que se casou com uma viúva aos 16 e enviuvou aos 27 já depois de lhe morrerem dois filhos é dose, mas não diz nada sobre a santidade. Ter sido o segundo homem mais importante do reino e o chefe militar mais importante e talentoso diz qualquer coisa dos seus dotes naturais, mas pouco da santidade. Que, depois da morte da única filha tenha renunciado a tudo, tudo, posses, terras, bens, títulos e também aos seus talentos humanos já é mais complicado.
Vamos cá pôr uma comparação. Quem é o segundo homem mais importante de Portugal? O Engº Sócrates? Vamos imaginar o senhor a tomar o hábito e dar tudo aos pobres e nem sequer querer ser chamado de engenheiro e andar a mendigar pelas ruas (sendo que nem se compara a riqueza do Condestável com o pecúlio do nosso PM). Enfim, estranha-se.
Estranha-se, mas santidade é isto: radicalidade na entrega, seja ela qual for. E não é coisa de um dia só, é coisa de todos os dias. Entrega e confiança. Ou, dito de outro modo: fé, esperança e caridade vividas em grau heróico.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O novo César


Do pouco que vimos da entrevista do nosso Primeiro-Ministro ontem na RTP merecem-nos uma pequena consideração dois aspectos:

1. O Primeiro-Ministro assumiu inúmeras vezes o poder de mando. Repetiu não sei quantas vezes um "deixe-me acabar" autoritário perante uma Judite de Sousa dócil e quase submissa. Os tiques do autoritarismo transpiram-lhe pelos poros. Ele não consegue perceber que a sua função é de SERVIÇO. Se calhar é nessa incapacidade que radicam todos os males.

2. O espantoso que é vê-lo a defender a sua honra, sem argumentos, apenas com convicção. O Primeiro-Ministro erigiu-se em César, aquele que nunca erra e a quem se deve prestar vassalagem.

Triste País governado por um homem que nunca erra e presidido por outro que nunca tem dúvidas e raramente se engana.

Uma mentira pegada.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Para que amemos o nossso País, o nosso País tem que ser amável.
Edmund Burke, Reflexions, 1790

Estado e tradição

O Estado Português instituiu como férias escolares da Páscoa as duas semanas que antecedem o dito acontecimento. Ou seja, segunda-feira de Páscoa já há aulas. Como na imensa maioria dos lugarejos de Portugal onde ainda se vivem as tradições a Páscoa é na segunda-feira e não no domingo, o que o Estado Português está a dizer é que as férias da Páscoa não têm nada a ver com esse acontecimento. Um dia destes, o Estado troca as férias da Páscoa pelas férias de neve, porque se calhar a maior parte dos países europeus tem as férias da neve e o liceu francês também.
Não sei bem se é um problema de falta de cultura (bem possível), se é um problema de desrespeito puro pelas tradições de Portugal (bem possível também).
Em qualquer dos casos, é triste. E é um cansaço viver num país que continuamente dificulta e torpedeia as formas de vida que simplesmente queremos viver como as viveram (e nos deixaram) os nossos Avós.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Democracia e vergonha

A responsible government is capable of shame. A perfect democracy is the most shameless thing in the world, because each person's share of responsability is so small that he does not feel it.
Edmund Burke, 1790

sexta-feira, 27 de março de 2009

Pluralismo exige diferença

A propósito da intenção do governo de legalizar os "casamentos" de homossexuais, gostaria apenas que me fosse dada a possibilidade de ser diferente.

Eu, heterossexual, casada, gostaria de não ser engolida num estatuto jurídico onde cabem todo o tipo de opções.

Invoco o meu direito à diferença e o respeito pelo pluralismo e sugiro que alterem os nomes dos institutos jurídicos das várias opções. Também podem mudar o meu, não me importo. Se querem chamar "matrimónio" ao meu e "casamento" ao outro, tanto faz. Ou se querem continuar a chamar "casamento" ao meu e começar a chamar "aliança" ao outro, força.

Mas, por favor, não nos igualem. Por mais que se queira, a natureza não muda. E isso é bom. É o que nos torna irremediável e felizmente diferentes.

Elite governante


A nossa elite governante é do melhor que há. Ontem, Isaltino de Morais deu imensas provas disso, com uma consciência cívica acima de qualquer suspeita, como convém à classe. Fugiu aos impostos na compra de casas e garagens na década de 90 "porque na altura toda a gente fazia isso". E ficou com 400 mil euros "de sobras de dinheiros das campanhas" (sobras????) "porque todos os autarcas faziam (e fazem?) isso". Ora, está bem de ver: o padrão actual de moralidade parece ser "o que toda a gente faz". É de arrepiar.

A partidocracia precisa de uma varridela de alto a baixo. O lixo humano em que se converteu a nossa política ultrapassa o suportável. A podridão que se exibe é nauseabunda.

Há tempos sugeriram-me uma manifestação "da vergonha". Viver em Portugal hoje é uma vergonhaça. Mas uma manifestação não me parece. Não fosse virar fashion e toda a gente aderir, o que seria uma vergonha a dobrar...

Em terra de cegos...

Ontem dei-me conta que o Estado cobra 20% de IVA sobre armações de óculos. Extraordinário. O Estado não considera os óculos um bem de primeira necessidade. Será de segunda, de terceira ou mesmo um bem de luxo??? Bom mesmo é sermos todos ceguinhos para não vermos as enormidades deste despotismo (esclarecidíssimo) em que vivemos...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Educação para a democracia

Incontornável a entrevista a Aldo Naouri que sai hoje no Público sobre a educação que os pais dão (ou não dão) aos filhos nos nossos dias. Basicamente, a teoria é que se andam a educar futuros tiranos. Educar para a democracia implica, segundo o autor (que merece respeito) o exercício da autoridade e da correspondente obediência.

sexta-feira, 20 de março de 2009

À portuguesa

Hoje fui em pesquisas para a Hemeroteca Nacional, que fica num belíssimo edifício do Bairro Alto, no antigo Palácio do Conde de Tomar. É evidente que se não fosse propriedade do Estado não estaria decrépito como está, em especial as salas de leitura.

Enfim, uma saga. Primeiro, chegar lá, no meio das confusões das obras dos esgotos da cidade. Depois, precisar de ver umas 10 publicações e só conseguir ver duas, porque as outras estavam para restauro ou a precisar de requisição. Por fim, querer tirar fotocópias e levar como resposta "a fotocopiadora está avariada; talvez só lá para a semana que vem". E um conselho: "a Biblioteca Nacional também tem". Lindo.

Sair com a sensação da ineficiência. Um lastro do serviço público.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Desempregados vão pagar menos 50% na prestação da casa

Extraordinário. Pergunto-me quem vai estar cá para pagar estes desvarios pseudo-sociais do nosso primeiro-ministro. Como disse Medina Carreira na última entrevista a Mário Crespo, "dentro de uma década estes senhores hão-de estar todos sentados no banco dos réus".
Faz-me lembrar o Chávez que só quer agradar ao eleitorado e por ele faz as maiores barbaridades, deixando o país de rastos. Uma autêntica vergonha.

domingo, 15 de março de 2009

Estado, pão e liberdade

O nosso Estado resolveu proibir os padeiros de fazer pão com mais de 13 g de sal e, consequentemente, proibir os portugueses de comer pão com mais de 13 g de sal. O país aplaudiu de pé, com o pleno dos deputados do PS, do PSD, do Bloco, PCP e afins a votar a favor da medida. O racional é claro: como é o Estado a pagar a saúde e os portugueses são hipertensos, começa a cortar-se o mal pela raiz.
Mas há outro modo de ver a coisa: o que tem o Estado a ver com o que eu como?

E essa leva a outra mais radical: o que tem o Estado a ver com a minha saúde, se eu estiver disposta a responsabilizar-me por ela?

Numa democracia madura, o Estado não deve tratar cegamente os seus cidadãos. Deve dar-lhes a possibilidade de escolher o que querem para si, acatando as consequentes responsabilidades.

Na verdade, deixarmos de ter um Estado do estilo paternalista (cubano!) pode dar mais trabalho à cidadania, mas torna por certo o país mais responsável, mais produtivo, mais activo, mais vivo e, diria, mais verdadeiro.

sexta-feira, 6 de março de 2009

É tão simples...

"O povo opõe-se à massa: vive da liberdade e da consciência de cada um."
Pio XII

quarta-feira, 4 de março de 2009

Suma Teológica - Um portento

A sensação de ler S. Tomás hoje (S.Th, Q. 90 a 97) é maravilhosa, é como fazer sinfonia de uma partitura de gregoriano, preenchê-la com o que o tempo nos trouxe.
Aí se encontram as bases da sociedade aberta, mutável nas suas circunstâncias e evolutiva por ensaio e erro.
Aí estão as bases da paz social, que não altera o costume por dar cá aquela palha, antes respeita o que a comunidade cumpre com gosto e bem-estar.
Aí está o princípio de que não há perfeição nem nos homens nem nas sociedades e que é um abuso do Estado ir além do que possibilite a tranquilidade pública.
Aí está, mais do que tudo, a raiz da lei, que não está no Homem mas é-lhe anterior e superior.
Às vezes pergunto-me se esta mediania (que já Tocqueville previa para as democracias a meados do séc. XIX) não se deverá à ausência do padrão de lei anterior e superior. É que, quando esse padrão é assumido, as atitudes que gera são de um tipo que escasseia nos nossos dias: a obediência, o respeito, o sentido do dever.
Quando o Homem se torna "medida de si mesmo" acaba por obedecer apenas aos seus caprichos, respeitar apenas os seus desejos, ignorar os seus deveres, enaltecer os seus direitos e abalroar os dos outros.
Na realidade, o que me parece faltar à nossa sociedade é mesmo a educação para os valores, que são o que dá o sentido da dignidade da pessoa, da alteridade, do respeito e da verdadeira solidariedade.


Um par de horas no facebook

Ontem à noite aderi ao facebook a pedido de várias famílias, e acabo de me desactivar. A quantidade de coisas que aconteceram em pouco mais de uma hora "connected" fizeram-me perceber que estou completamente "out". O que vi, nesse pouquíssimo tempo:
1. O facebook faz perder imenso tempo;
2. O facebok é uma feira de vaidades;
3. O facebook é um lugar sem lei onde (pelo menos) algumas pessoas vagueiam com facetas ignotas e espantosas, tipo bas-fond;
4. O facebook mantém as relações num nível de superficialidade confrangedor.
Enfim, o facebook é um sinal dos tempos. Não me tirem um encontro singelo nos jardins de Belém (ou nos seus pastéis), ou noutro sítio qualquer, onde haja permuta de olhares e ideias e comunicação como deve ser.
P.S. Salvo melhor opinião.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Santo Condestável


Acaba de ser anunciada para o dia 26 de Abril, em Roma, a canonização de Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável. Esforçou-se sempre por ser um homem bom, na sua vida comum: casou, teve uma filha (que deu origem à Casa de Bragança), foi um general que cumpriu a sua função com dedicação e criatividade e, após a morte da mulher, tornou-se irmão leigo do Carmelo, adoptando o nome de Nuno de Santa Maria.

Poderia ter descansado nos títulos (Conde de Arraiolos e Barcelos), poderia ter vivido à sombra das suas glórias, poderia ter sido apenas um homem bom. Mas é Santo. Porque, em vez de viver no mundo segundo a prudência do mundo, viveu no mundo com a sabedoria de Deus.

Portugal precisa. Adicionar imagem

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A propósito de educação sexual...

"A educação das crianças deve estar prioritariamente a cargo dos pais e não de burocratas que decidem o que é melhor para os filhos dos outros".

In O que é a escolha pública, André Azevedo Alves e José Manuel Moreira, p. 118.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

DN - O fim de um jornal de referência

A cada dia que passa o DN vai perdendo um pouco do jornal de referência que sempre foi.
Tenho pena, mas realmente ... basta olhar para as primeiras páginas.

Só para recordar:
" Fundado em 1864. Eça de Queirós foi um importante colaborador nos primeiros anos do diário. Joaquim de Seabra Pessoa, pai de Fernando Pessoa, foi crítico musical do jornal. José António Saraiva foi redactor e José Saramago, prémio Nobel da Literatura, foi director adjunto em 1975, durante o Verão Quente. "
Fonte: wikipedia

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

País de jotinhas



Como é possível?


O país a afundar, e as preocupações do nosso PM são uns cartazes de uma juventude partidária.


Merecia mais alguns cartazes.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Valores no séc. XXI

"Se alguém já a considera morta deixe que a Eluana fique connosco, que a sentimos viva.
Nos não pedimos nada em troca, somente o silêncio e a liberdade de amarmos quem é fraco, pequenino e pobre.
Nos as Freiras continuamos servindo a vida da Eluana e de todos os nossos pacientes. O amor e a dedicação para a Eluana e para todos os que estão nos nossos cuidados levam-nos a chamar o nome do nosso Senhor Jesus para que a esperança possa prevalecer nesta hora difícil na qual a esperança parece impossível. A nossa esperança e de tantos como nós é que não se procure a morte por fome e por sede para a Eluana e para os que estão nas condições dela. Por isso mais uma vez afirmamos a nossa disponibilidade para a continuar a servir, hoje e para o futuro, a Eluana".
O Apelo das freiras católicas da clínica Beato Luigi Talamoni para salvar a vida da Eluana pedindo que ela fique deixada aos seus cuidados.

Requiem por Eluana


Paz à sua alma e luz aos que decidem sobre a vida e a morte.


O Sócrates à caça aos ricos

Absolutamente impressionante: o nosso Primeiro-Ministro afirmou que sabe onde estão os ricos, para lhes diminuir as deduções, o que permitirá aliviar a carga fiscal da classe média. Ninguém duvida que o fim é louvável. Mas não haverá outros meios senão tirar riqueza a quem a produz, desincentivando assim o crescimento da economia? E que tal se, em vez de andar à caça aos ricos, andasse à caça às imensas fraudes no sistema de segurança social, à improdutividade dos seus funcionários públicos, às inúmeras ineficiências do seu sistema?
Um governo socialista é isto mesmo. Nas palavras sábias de Hayek só pode conduzir "ao despotismo e à pobreza". É o que somos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Façamos de conta...

O mesmo Mário Crespo que recentemente disse que talvez votasse José Sócrates deixou-nos hoje este artigo que vale mesmo a pena.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Num eléctrico de Lisboa...

" (...) Só existimos nos dias que fazemos.
Nos dias em que não fazemos, apenas duramos..."
Padre António Vieira

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Freeport vs Freepor

"Que dizer do caso Freeport que ainda não tenha sido referido por outros? Eis um problema que não afecta este vosso amigo. Vasco Pulido Valente, Pacheco Pereira e eu temos a mesma sorte: acontece com muita frequência os cronistas que nos precedem falharem o essencial. Entretêm-se com o supérfluo, esmiúçam os aspectos menos importantes dos assuntos e deixam, livre de toda a palha, o núcleo essencial dos problemas à mercê de ser colhido por nós. Foi o que sucedeu com o caso Freeport. Analistas atrás de analistas têm vindo a ignorar o facto central de todo este processo: Sócrates diz Freepor. Este é o primeiro ponto essencial que ninguém referiu. Toda a gente diz Freeport, menos José Sócrates, que diz Freepor. Parece claro, por isso, que Sócrates recusa revelar tudo neste caso, nomeadamente o t final de Freeport, que nunca articula. Parece impossível que um político que tanto se tem batido pelo ensino do inglês não seja capaz de pronunciar correctamente uma palavra inglesa. Portugal assiste, portanto, a dois casos em vez de um: o caso Freeport e o caso Freepor. Este último – que, recordemos, foi denunciado por mim –, acaba por ser mais rico e intrigante do que o primeiro, porquanto junta às suspeitas de corrupção o mistério do desaparecimento de uma consoante. Além disso, entronca num caso antigo, na medida em que recupera as dúvidas que existiam quanto às competências do primeiro-ministro no âmbito do inglês técnico.
O segundo ponto essencial que a imprensa tem esquecido é o motivo. Sócrates tinha ou não uma razão forte e privada para favorecer a construção do Freeport? Não é preciso pensar muito para concluir que sim. A quem interessa um outlet com lojas de roupa de marca mais barata perto de Lisboa? Ao sexto homem mais elegante do mundo, certamente. O Freeport permite-lhe manter a mesma elegância, mas a preços mais baixos. Não sei se o primeiro-ministro cometeu alguma infracção ética ou até algum delito no caso Freeport, mas não deve ser menosprezada a ambição, inerente à condição humana, de ultrapassar o Karl Lagerfeld em garbo.
O terceiro ponto menosprezado pela comunicação social tem a ver com o facto que precipitou a investigação. Ao que parece, o juiz desconfiou do modo como o projecto foi licenciado. De acordo com a descrição do magistrado, tudo se passou de forma impecável, célere e competente. Estava à vista de todos que alguma coisa estava mal. Em Portugal, este costuma ser um bom método para descobrir ilegalidades. Se um projecto é aprovado dentro do prazo, alguém anda a receber dinheiro por fora. Normalmente, quando alguma coisa corre bem, é sinal de que há moscambilha."

RAP na Visão

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Governador e prestígio

"Declarações do Dr. Cadilhe foram lamentáveis"
Victor Constâncio

Sr. Governador - O problema não está no desprestígio para o Dr. Cadilhe das suas declarações.
É indiferente para Portugal e para o sistema financeiro português.O verdadeiro problema está na falta de prestígio que o Sr. Governador do BP tem desde: a "crise" do deficit quando o Engº Socratés chegou ao poder, desde a "crise" no BCP, desde a "crise" no BPN e continua com as declarações da actual "crise". Um Governador do Banco de Portugal não tem por função ajudar o Governo, nenhum Governo.
Alguém devia dizer ao Sr. Governador que o prestígio se ganha com os actos. Há quem tenha e quem não tenha. Infelizmente para o Banco de Portugal este Governador já não tem nenhum.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Boa sorte, António!

O António Leite-Matos (AL-M neste blog) começou hoje a trabalhar na "Política" da TVI, com a Constança Cunha e Sá. Que a imagem não perturbe o seu talento escrito, que a câmara não oculte a densidade do seu espírito, que o "light" televisivo consiga revelar, ao menos, um pouco de si. Vamos gostar de o ver (ou de o pressentir). Boa sorte!