terça-feira, 30 de março de 2010

Liga Norte


Várias coisas podem ser ditas quanto aos bons resultados da Liga Norte em Itália. A evocação mais romântica é que, por mais que se queira, nem a história se apaga, nem as tradições morrem por decreto. A Liga Lombarda, que lhe deu origem, nasceu há mais de 20 séculos, a pedir independência. Os Estados, como as pessoas, se não se adptam, ficam para trás.

A epopeia da cidadania

Ontem, o programa foi fazer o cartão do cidadão aos três filhos: uma epopeia que durou das 10h30 da manhã às 16h30. Nada menos do que seis horas! Fomos a três repartições diferentes, todas elas com 100 números à nossa frente. Pusemos o carro em três parques diferentes, um deles (do Marquês) terrivelmente sinalizado.
Entrar nos serviços públicos em Portugal é sempre uma lotaria. O azar é que nunca sai nem a sorte grande nem a terminação.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O Prof que se atirou ao rio porque já não aguentava os alunos

A propósito da deixa do ALM (que abandonou este blog recentemente), o Público de hoje dá conta de mais um suicídio: desta vez um professor a braços com uma turma insuportável. O que me surpreende é como não há ninguém a questionar abertamente o modelo das escolas públicas. As escolas têm que ser públicas porquê? Se as privadas são inquestionavelmente melhores (em todos os sentidos) e mais baratas, por aluno, do que as públicas, por que razão não se privatiza o ensino? Os tiques socialistas e paternalistas do nosso Estado são absolutamente omnipresentes. E enquanto não acabarmos com isso, não acabaremos com este Portugal medíocre, do "Suf-". Com meninos a crercer à sua imagem.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Bom Proveito

A Criação de Adão, Michelangelo


Vou deixar de estar aqui. Nem de propósito, depois de tudo apagado, o último post que fica fala de mim e diz, com certa bondade, coisas simpáticas, que agradeço, motivadas por um ataque sindical anterior (para quem se lembra, eu não me esqueço embora me faça de parvo) cuja imagem se assemelha a uma retrete entupida que, de repente, conseguiu aliviar-se. Interessou-me, no que aqui escrevi durante quase dois anos e 344 posts (nada de especial) e com raros desvios desse propósito, alertar para a valente aldrabice que é este país e os protagonistas que o comandam nos vários sectores. Para não deixar a actualidade, hoje é capa dos jornais um menino de 12 anos que se atirou ao Tua porque era vítima daquela parvoíce de maus tratos escolares. O menino dizia que queria ir ter com a irmã que, pelos vistos, também já partiu para outra parte. Ora, numa altura em que alguém com 12 anos já acredita na salvação do suicídio, num contexto de total incompatibilidade com o seu mundo e não apenas como uma brincadeira estúpida que é frequente em suicídios infantis, significa que o vazio é a palavra de ordem dos tempos que passam. Bom proveito.