domingo, 15 de março de 2009

Estado, pão e liberdade

O nosso Estado resolveu proibir os padeiros de fazer pão com mais de 13 g de sal e, consequentemente, proibir os portugueses de comer pão com mais de 13 g de sal. O país aplaudiu de pé, com o pleno dos deputados do PS, do PSD, do Bloco, PCP e afins a votar a favor da medida. O racional é claro: como é o Estado a pagar a saúde e os portugueses são hipertensos, começa a cortar-se o mal pela raiz.
Mas há outro modo de ver a coisa: o que tem o Estado a ver com o que eu como?

E essa leva a outra mais radical: o que tem o Estado a ver com a minha saúde, se eu estiver disposta a responsabilizar-me por ela?

Numa democracia madura, o Estado não deve tratar cegamente os seus cidadãos. Deve dar-lhes a possibilidade de escolher o que querem para si, acatando as consequentes responsabilidades.

Na verdade, deixarmos de ter um Estado do estilo paternalista (cubano!) pode dar mais trabalho à cidadania, mas torna por certo o país mais responsável, mais produtivo, mais activo, mais vivo e, diria, mais verdadeiro.

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