quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Raízes

Será que o local onde nascemos é mesmo importante?
Para os nossos Avós a resposta seria sem dúvida muito afirmativa. Éramos de determinada aldeia, vila ou cidade; numa determinada província de Portugal. Tínhamos nascido naquela rua, na casa nºxxx. Os nossos avós, pais, tios e primos viviam noutra rua e costumávamos passar férias nalgum local próximo ou distante, mas que fazia parte do imaginário familiar.
Com os tempos tudo isso mudou... ou não.
Quantos hoje em dia estariam dispostos a pagar para ficarem com a casa onde nasceram? (tendo obviamente essa capacidade)
Quantos estariam dispostos a pagar pela cama onde nasceram e nasceram todos os seus irmãos e irmãs?
Será que têm algum valor? Ou é melhor passar tudo a "patacos" e viver num T2+1 algures, ir de férias para onde vai toda gente e ter um carrito melhor para dizer aos amigos que se tem?
Será que as raízes familiares são importantes?
Se calhar não. E se assim for, vivo com uma mentalidade de outros tempos.
Espero estar enganado, mas dentro de uns anos quando o mundo estiver mesmo globalizado e formos todos iguais (do cabo da Roca aos Urais, do Alasca à Terra do Fogo) vamos precisar de redescobrir as nossas raízes.
Espero que não seja tarde... Para alguns que conheço será de certeza demasiado tarde.
O problema é que para os nossos filhos e netos será sem dúvida muito tarde.
Como se costuma dizer "o futuro constrói-se hoje"
.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não podia estar mais de acordo com as tuas palavras.

um abraço do teu irmão

Blogão disse...

Conheço-vos à muito. Mas felizmente não há demasiado, até porque não haverá nunca demasia quando de amizade se trata. Sei o motivo deste post e confesso ter ficado chocado. Sou por natureza um sentimentalão. Acumulo, pois tudo me remete para pessoas, situações, momentos, emoções ou tantas outras vivências que constituem também o meu património. A minha identidade comum. É nessa memória que me alicerço. Independentemente do valor material, a dificuldade maior é quando assistimos ao desmoronar- por vezes incentivado por terceiros- do bens que apenas reflectem o valor sentimental...mas esses, nunca haverá leiloeiras que os rematem.
Desiludido me despeço.
Abraço de um amigo, de e para sempre ;)

Maria Abreu disse...

Tristeza e impotência... Que sejamos melhores!!! Um abraço forte