quarta-feira, 16 de julho de 2008

Opressões


As opressões dos tempos modernos não têm o carácter animalesco das galés mas têm contornos de uma refinada vileza. De facto, o Homem é o "mais mau" do reino animal porque é inteligentemente mau. Requintes de malvadez em infernos mascarados de rotinas ou processos ou reestruturações ou o que seja.

Hoje, como há milhares de anos, cá anda o género humano a transportar a veleidade de Eva, que sucumbiu à proposta mentirosa da serpente "sereis como deuses". Sempre a estúpida ilusão do poder, do poder de mandar, do poder de humilhar, do poder de aniquilar.

Como diz o Eclesiastes, "tudo é vaidade", que também pode ser traduzido por um "tudo é vão".

A vida mesquinha de quem leva a ilusão do poder é de um ridículo confrangedor. E os efeitos que provoca só engrandecem se forem assumidos como redenção. É aí que se inverte a lógica do poder.

E, em ano Paulino, é aí que se pode dizer, com toda a propriedade e até com "gaudio": "quando sou fraco, então sou forte".

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